Em posts anteriores, foi abordada a importância da comunicação em todos os tipos de relacionamentos: amorosos, profissionais, familiares ou de amizades. Ela deve ser assertiva, clara e direta, sempre que possível.
Porém, nem sempre é fácil adotar este padrão: muitas pessoas reagem mal à assertividade, tomando-a como crítica pessoal e se fecham. Reagem, se defendendo. Não param para ouvir o que pode ser útil .
Tal postura não contribui, de forma alguma, ao desenvolvimento pessoal ou mesmo para o relacionamento, seja de que natureza for.
Comunicar-se bem faz parte da inteligência emocional
Algumas abordagens psicoterápicas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), frisam a importância de treinar as habilidades sociais (THS). Em especial as de comunicação, que são essenciais para a nossa vida. A nossa capacidade de comunicação, nossa linguagem, é o que nos diferencia dos animais
A maioria das famílias não se comunica de forma clara e direta. Nas escolas e universidades também não se ensina esta habilidade. Pelo contrário – os casos de bullying mostram que crianças e jovens querem muitas vezes desqualificar ou acirrar a competição. Assim, suportar um feedback, ainda que negativo, é importante – mas pode ser particularmente difícil.
Para fazerem comentários que agreguem e não desestimulem a equipe, líderes têm de desenvolver competências de inteligência emocional e social. O conceito de inteligência emocional se popularizou graças a Daniel Goleman, ao lançar Inteligência Emocional, que virou bestseller.
Autocontrole emocional e empatia são ingredientes fundamentais
O meio corporativo vem desenvolvendo formas de avaliação com feedback ágil. Em algumas empresas, já não é mais necessário esperar um ano para conhecer sua avaliação profissional, o que traz inúmeras vantagens mas também pode aumentar a pressão.
A IBM desenvolveu um aplicativo com esta finalidade, para usar com seus funcionários. O app, que pode ser usado no celular ou no desktop, chama-se ACE (Appreciation, Coaching, Evaluation) e já está sendo usado por 25% do pessoal, que pode solicitar (e fornecer) feedback de seu desempenho a qualquer pessoa na empresa, não apenas a seu chefe. Também possibilita responder a pesquisas e dá acesso ao histórico das avaliações.
Estilo familiar
Dar ou receber feedback pode ser muito ansiogênico – pois muitas vezes remete a experiências na família de origem. Se o que predominava era a comunicação disfuncional (agressiva, passiva ou, pior, passivo-agressiva), a pessoa pode reproduzi-lo naturalmente.
Pode ativar esquemas de defectividade ou fracasso.
Também há famílias em que a comunicação é quase inexistente ou velada. O silêncio pode ser a punição.
Em psicoterapia, pode-se trabalhar o que o padrão familiar afetou na habilidade de se comunicar.
Treinamento de habilidades de comunicação
Caso o estilo de comunicação da família de origem seja indireto ou muito agressivo, é importante procurar ajuda especializada. Fazer comentários, elogios, pedir ajuda e outros tipos de comunicação pode ser treinado. Aprender a ouvir, desenvolvendo uma escuta compassiva, sem excesso de sensibilidade também é fundamental.
Seu sucesso profissional depende muito do seu conhecimento técnico e acadêmico mas há algum tempo os consultores de RH mostram que as competências sociais serão mais valorizadas. A inteligência emocional, a flexibilidade cognitiva e psicológica serão os diferenciais do profissional do futuro.
Assim, seu investimento deve ir além dos ambientes acadêmicos.
As terapias cognitivistas são especialmente indicadas para desenvolver uma comunicação mais clara e direta.
Melhorando a sua comunicação, seus relacionamentos – sejam os amorosos, familiares, profissionais ou com amigos – serão beneficiados. Às vezes o problema do relacionamento é só a comunicação.
Se você identifica que suas dificuldades na comunicação vem atrapalhando o seu desenvolvimento profissional, agende uma consulta.
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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio. Com formação em TCC e extensão em ACT, atualmente cursa a formação em Terapia do Esquema.
Atende em Copacabana a jovens e adultos, em terapia individual, de casal ou pré-matrimonial. Durante a pandemia de covid, a maioria dos atendimentos é feita online.