Com a passagem de Madonna pelo Brasil, pouco se falou da música dela (que todos já conhecem, construída ao longo dos últimos 25 anos). O que mais se comentou foi sua performance no palco e  sua invejável forma física, aos 50 anos. Cheia de disposição,  Madonna pula corda, dança, escorrega, cai e levanta, ainda fazendo piada. Não perde o pique. Está driblando o tempo.

Mesmo quem não gosta de seu estilo , a reconhece como artista dedicada e com excelente marketing pessoal. Segundo a MTV, na escola, era uma aluna brilhante e, ao que  parece,  direcionou  esta  poderosa inteligência para a área certa.

Comento sem sequer ter assistido ao  show: vi alguns trechos apenas, na TV e percebi o flashback – afinal como seria possível fazer tantas acrobacias e manter a respiração, sem prejudicar a música? () Mas ouvi muitos elogios.

Para muita gente, homens e mulheres, o mais significativo foi o corpo da Madonna. Ele  significa “poxa, dá pra resistir à passagem do tempo, em forma, com pique, sendo atraente.” Sim, claro, dá, para poucos. Tem de ter disposição, genética favorável, dinheiro e foco! Nosotros, reles ‘plebeus’, podemos? Ou melhor, queremos tanto assim?

Também ouvi e li discussões  sobre a mulher contemporânea que surgiu graças à Madonna – uma mulher ousada, que desafiou a Igreja, que sempre chocou com seus desejos e hábitos, nem um pouco convencionais. Esta mesma opositora da Igreja faz questão de batizar a filha Lurdes na Igreja Católica – por ser esta sua formação. E  surpreende quando proíbe a filha de ver TV!  Continua ‘lançando  moda’ quando se dedica ao estudo da cabala, tradição judaica.

Mas o que podemos falar dela?  Seríamos os mesmos e as mesmas sem Madonna no cenário cultural ocidental?

Para você, fora a música, que contribuição Madonna deixa?  E mais: o que nela fascina tanto as diferentes gerações?

Aguardo sua opinião…

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Thays Babo é Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, tem formação em Terapia Cognitivo-Comportamental  e atende em Copacabana a jovens e adultos, em terapia individual e de casal.

Driblando o tempo

Uma ideia sobre “Driblando o tempo

  • 20/01/2009 em 16:24
    Permalink

    Eu PRECISO comentar, pois acabei me tornando leitor do seu blog. Seus textos são brilhantes.

    Me atrevo a perguntar sua idade…posso?

    Eu falo na posição de FANÀTICO por Madonna, mas tb como psicólogo, com um olhar clínico.
    Ao romper barreiras e propor coisas proibidas, Madonna abriu portas para toda uma nova geração, que até então estava oprimida socialmente, dado o preconceito enraizado que tinhamos na época.
    Em termos psicanalítico, Madonna era o puro Id que iria liberar os Egos do Superego.
    Não é a toa que ela é mãe dos gays, rainha dos gays, ícones dos gays.
    Assim como ela, o social tb se reinventa, e as mulheres comecaram a buscar seu espaço. As feministas tomaram grande força e Madonna foi por muito tempo amiga de Paglia – nome primordial nessa ãrea. Depois elas brigaram, mas…tem rolo nessa histõria.
    Independente disso, Madonna sempre serviu como catalizador para gerações e se passaram tantas……realmente ela deixou alguma marca.
    Como fã, eu tiro o corpo dela nao como uma coisa ruim, mas como algo positivo. Ela JAMAIS fez cirurgias plásticas e seu corpo sempre foi a base de exercícios e meditação, que por muitas vezes ela tenta passar aos seus fãs.
    Madonna é a prova viva de que Freud estava e esteve sempre tão certo…que o Id nos atraí….e muito, mas o maldito Superego sempre aparece. ehehehe
    abs

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