No dia dos Namorados, muitas pessoas ficam tristes – e não só as que estão sozinhas. As que estão em um relacionamento tóxico ou em que predominam os momentos ruins, muitas vezes, fazem um balanço sobre sua vida amorosa.
Apenas um dia no calendário
Nunca é demais lembrar que o dia 12 de junho é apenas uma data no calendário — na maioria dos países, sem nenhum significado especial. A principal data romântica é o Valentine´s Day (dia de são Valentim, comemorado em 14 de fevereiro).
Lembre-se: relacionamentos amorosos demandam cuidados diários, não apenas ocasionais ou anuais.
Quem quer ter um bom relacionamento com outra pessoa, deve começar por si, com autocompaixão e autocuidado. Quem mira apenas no outro, perde-se de si mesmo.
Namoro na era digital
Nas redes sociais, testemunhamos a vida dos outros e, muitas vezes, nos iludimos – achamos que a nossa vida não é tão interessante.
Assim, podemos ficar mais exigentes, cobrando mais atenção. A comparação sempre aumenta a chance de sofrimento.
Em relação ao Dia dos Namorados, as redes sociais podem afetar o bem estar e bom senso de pessoas mais inseguras.
Quem não superou o rompimento de um relacionamento pode acabar desenvolvendo o hábito de vigiar antigos pares amorosos – stalking.
Além disto, acompanhar a comemoração de outros casais (famosos ou não) também pode alterar o humor e diminuir a autoestima, mesmo de quem está em um relacionamento.
Desenvolva uma maior flexibilidade, valorize o que realmente é importante. Não só no relacionamento amoroso, mas em você, quando está só. Preste atenção no que você faz, dia-a-dia. Você se aproxima do que você valoriza? Avalie o rumo que a sua vida toma. Faça uma retrospectiva da sua vida amorosa: o que você repete? É possível que você tenha dificuldade mesmo de se relacionar – não só amorosamente, mas com amigos e familiares. Perceba se você sempre quer mudar a pessoa com quem se relaciona ou se mantém expectativas irrealistas. Ser humano algum dá conta de todos os anseios de outro.
Psicoterapia e a qualidade do relacionamento
A psicoterapia pode ajudar você a descobrir as crenças que você alimenta sobre relacionamentos amorosos e que, eventualmente, atrapalham. Afinal, o amor romântico, tão vendido através dos produtos culturais, contribui para que se perca a noção do que é razoável, trazendo expectativas impossíveis de serem atingidas.
Consciente destas, você pode parar a repetição e ter relacionamentos mais satisfatórios.
A psicoterapia pode ser individual ou de casal, ajudando a diferenciar e entender o que se passa. Os padrões de relacionamento em que você se envolve, o tipo de pessoa por quem se atrai, vão ficando claros. Eventualmente, você pode descobrir sua responsabilidade na deterioração dos relacionamentos potencialmente bons, muitas vezes, copiando – sem se dar conta – modelos parentais.
A médio e longo prazos, a vida a dois fica mais satisfatória, na medida em que contribui para melhor expressão de seus sentimentos. Melhorar a comunicação do casal propicia maior compatibilidade amorosa. Observa-se que a procura por terapia pré-conjugal vem crescendo, devido ao medo de assumir um compromisso de longo prazo, diante tantos fracassos amorosos que se testemunha.
Enfim, todos os dias duram apenas 24 horas, com os mesmos 86.400 segundos dos outros dias do ano. Leva tanto tempo para quem tem um par amoroso como para quem não tem.
A atenção e importância que você coloca na data é o que faz a diferença. Use-a como o começo para um encontro importante consigo. Está tudo na sua mente. E cabe a você mudar na direção do que você quer.
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Thays Babo é Psicóloga Clínica, Mestre pela Puc-Rio, com formação em TCC pelo CPAF-RIO e extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso pelo IPq (USP). Atende a jovens e adultos em psicoterapia individual, terapia de casal e pré-matrimonial, em Copacabana.
Porém, durante a pandemia, os atendimentos são apenas online.