Anunciado há meses, estava doida para ver Nosso Lar. Fui, na semana de estreia. Não sei se você recebeu um email falando da importância de prestigiar este filme na primeira semana, para que seja mais fácil sua colocação no mercado internacional. Parece que o público atendeu ao apelo, pois o cinema estava bem cheio. Que seja, afinal, ‘o mundo precisa de histórias felizes’. E Nosso Lar conta a possibilidade de ser eternamente feliz – se trabalharmos para isto.
Resuminho da história: André Luiz era um médico de bastante sucesso, bem realizado na vida profissional e familiar, e sua jornada após sua morte. No filme não fica claro, não lembro se no livro fala, se a doença é um câncer. Ao chegar no mundo espiritual, se depara com um cenário dantesco. A cenografia do Umbral (que corresponde ao que se descreve como Purgatório) foi inspirada nas gravuras de Gustave Doré, retratando O inferno, segundo Dante). André sofre um longo tempo sem entender porque estava ali. E fica ainda mais assustado com a acusação de suicídio. Ele tinha certeza de que não ser suicida. Em um determinado momento, já exausto, faz uma prece. Aí é então socorrido e levado para uma colônia espiritual, Nosso Lar.
É aí que muitos acham absurdo. Aliás, conheço muitos simpatizantes do kardecismo que acham a ideia de colônias uma ‘viagem’. Outros – e os mesmos – duvidam da existência de tanta ‘tecnologia’ – que Chico descreveu no início do século passado, antes mesmo de surgirem por aqui. A estes eu digo: “ué, veja então como se visse Harry Potter, como uma fantasia.” (No fundo, tenho uma esperança de que algo os ‘desperte’…)
Quando li o livro, uma única vez, há muitos anos, numa época em que devorava os livros kardecistas, tudo o que André Luiz ditou para Chico Xavier fez enorme sentido para mim. Como não faria? Já conhecia Platão e o que ele dizia sobre o Mundo das Ideias e que aqui é Mundo das Cópias, onde se está afastado da realidade, e que tudo aqui é cópia imperfeita, era totalmente lógico pra mim. Afinal, se o homem é capaz de construir maravilhas tecnológicas, o que espíritos mais evoluídos não conseguirão fazer com uma matéria mais sutil, menos densa? Ah, sim, para isto tem de se acreditar que há vida após a vida, que espíritos evoluem e que não se recomeça do zero. Conceito básico.
O filme é didático: o que se mostra é a importância da ação correta, do pensamento correto. A necessidade de combatermos nosso orgulho e apegos. A beber a santa água da paciência. 🙂 Simples atos nossos, no dia-a-dia, que parecem inofensivos, inócuos, revelam-se os construtores do futuro espiritual. Aconselharia a quem não conhece a história a assistir ao filme ‘desarmado/a’. E repensar a vida, com total responsabilidade. Uma crítica que li de um jornal de grande circulação nacional foi tão reducionista que deu pena. Complicado mandar alguém resenhar um filme deste tipo sem conhecer as premissas básicas… Realmente, pode parecer algo positivista. Mas é a lei da física pura, 3a lei de Newton. O que é carma, senão “ação e reação”? Muitas gente prefere atribuir ao acaso as coisas que lhe acontecem, sem procurar as ‘causas’ – sem culpabilizações. Porque assumir nossa responsabilidade aponta, em geral, para uma mudança.
Ah, sim, em um primeiro momento, quando se pensa nisto a sério, pode-se advir uma grande carga de culpa: “Puxa, se sofro assim, devo ter sido uma peste!!!”. É bastante comum que pacientes de psicoterapia , que são espíritas, sintam uma enorme culpa, massacrante. Como ouvi uma vez de uma experiente psicoterapeuta, “Os pacientes espíritas são os piores, porque eles querem ser anjos antes de serem HUMANOS”. Na época, ainda nem estudava Psicologia, mas a afirmação mudou minha vida e a maneira de ver muitas coisas.
Enfim, o que o filme não teve tempo de mostrar é que não há necessidade de se soterrar sob a culpa. Muito pelo contrário. O caminho é a MUDANÇA. Isto só se percebe ao estudar mais a fundo a doutrina ou outras tradições espiritualistas. Tomara que a repercussão seja tamanha a ponto de este ser apenas o primeiro da série de livros de André Luiz. (Nossa, este tópico está quase virando de doutrinação. Melhor parar por aqui, com esta campanha: vá ao cinema, prestigie o filme e possibilite os próximos!) 🙂 Assista ao trailer clicando em:
nosso lar
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Parabéns pelo post, simplesmente ótimoo! adorei as comparações , as explicações, ficou excelente!
beijos
Obrigada, Lígia! Se você viu o filme do Chico, dá uma lida também no meu comentário.
Bjs
Fui ver ontem e gostei… Confesso, porém, que esperava mais um pouquinho de “Nosso Lar”. Sabe do que senti falta? De cenas em que as pessoas orassem com devoção. Ficou um pouco didático, “cartesiano” demais… Acho que alguns atores não foram muito felizes (A esposa de André Luiz e o próprio Lísias… muito mais ou menos, a meu ver). Mas, no fim das contas, concordo contigo: o fato de um livro psicografado por Chico Xavier chegar às telas deve ser comemorado, com certeza. E que venham outros, da série de André Luiz…
Oi, Claudia! li hoje que vão fazer o “Nosso Lar 2” (na verdade, o livro será Os missionários, mas eles não vão perder a força da marca associada ao título do primeiro, né?).
bjs