Espaço Psi-Saúde Site & blog da psicóloga Thays Babo

19/06/2020

Conheça a Espaço Psi-Saúde

Que bom que você chegou ao meu blog, o Espaço Psi-Saúde.

Criado em 2008, inicialmente ele se chamava Confabulando. Eu mudei bastante e o blog acompanhou tais mudanças. As mudanças incluem alguns cursos (pós-graduação, formação e extensão).

Também mudei a abordagem terapêutica. E definitivamente incluí práticas de mindfulness como recurso no processo de terapia.

E aí, em 2020, veio a pandemia. Passei a atender mais online tanto individualmente como a casais.

Na minha prática clínica, integro a Terapia de Aceitação e Compromisso, Terapia do Esquema e Terapia Cognitivo-Comportamental.

Fiz um resumo dos temas que você encontra aqui. Espero sugestões para outros textos. Deixe sempre sua opinião – mesmo que discorde.

Temas da Espaço Psi-Saúde

Os posts mais recentes abordam as mudanças que o coronavírus trouxe para nossas vidas, e os impactos desta pandemia na saúde mental.

Mas você encontrará outros assuntos

  • ansiedade,
  • depressão,
  • atenção e memória
  • relacionamentos amorosos
  • sexualidade
  • comentários de filmes que servem como filmoterapia
  • como escolher a terapia
  • terapia de casal
  • terapia pré-matrimonial
  • habilidades de comunicação.

O uso abusivo da tecnologia é um tema que me interessa, pelos problemas que aparecem no consultório. Trazem problemas para os relacionamentos amorosos e familiares e podem também piorar a saúde física e mental.

Relacionamentos amorosos

Desde a graduação, a Psicologia do Amor atrai a minha atenção, tendo sido tema de estudo no meu Mestrado na Puc-Rio, na linha de Família e Casal.

Durante o Mestrado, estudei o impacto da cultura de massa nos relacionamentos amorosos. Anos depois, a tecnologia digital trouxe novos desafios para os estudiosos dos relacionamentos amorosos .

Minha área de interesse inclui, logicamente, a sexualidade humana em sua diversidade. Estudei a bissexualidade, pouco compreendida ainda como orientação sexual legítima, por causa da bifobia.

Apesar de surpreendente, este preconceito vem não só dos héteros e dos homossexuais: muitos bissexuais que entrevistei também acham difícil entender ou aceitar sua orientação sexual, de tanto que ela é escondida, por medo do estigma.

Meditação – sua importância para a saúde mental e emocional

Outro tema com bastante destaque aqui é a meditação – do tipo mindfulness ou não. Pelos inúmeros benefícios que trazem as práticas de meditação, profissionais da área de saúde têm indicado cada vez mais.

A prática da meditação contribui para a regulação emocional, tão necessária para bons relacionamentos pessoais e também para o sucesso profissional.

A meditação é um grande auxiliar da psicoterapia e pode até ser também um recurso a ser usado durante a sessão. Durante a pandemia, está fazendo uma grande diferença na vida de quem pratica.

Muitas pessoas resistem a começar a prática, sem saber do que se trata na verdade. Neste blog você encontrará vários links sobre o assunto – e talvez o estímulo necessário para aprender a meditar.

As artes como auxiliares na psicoterapia

Muitos destes temas serão abordados através da análise de filmes, séries ou músicas. Alguns exemplos: o filme Divertida Mente, Duas mães e um pai, História de um Casamento, a música Nada tanto assim, a série Crazy Ex-Girlfriend.

As várias formas de arte nos possibilitam reconhecer problemas que, às vezes, não enxergamos em nós. Filmes, por exemplo, funcionam como filmoterapia. Além disto, durante a pandemia também tem sido uma opção de lazer, já que não podemos sair de casa temporariamente.

Carl Rogers, psicólogo americano, descreveu como faz bem ser ouvido, com empatia:

Gosto de ser ouvido. Algumas vezes, em minha vida, tive a impressão de estar sendo esmagado por problemas insolúveis, ou então de girar em torno do mesmo ponto, em círculos infernais. Durante certo período, arrasado por sentimentos de indignidade e desespero, tinha até a certeza de descambar para a doença mental. Acho que fui mais feliz do que os outros, por ter encontrado, nesses momentos, pessoas que foram capazes de me ouvir e me livrar do caos de meus sentimentos. Tive a sorte de encontrar pessoas que puderam me entender, mais profundamente que Eu mesmo, o sentido do que Eu dizia. Escutaram-me sem me julgar, sem fazer diagnóstico a meu respeito, nem me apreciar, nem me avaliar. Simplesmente me escutaram, esclareceram o que eu dizia e me responderam em todos os níveis em que eu tentava me comunicar.

Posso lhe garantir que, quando você se acha num desnorteamento psíquico e alguém o escuta realmente, sem julgar você, isso faz um bem danado. A cada vez, isso relaxou a tensão que existia em mim, me permitindo exprimir os sentimentos mais assustadores de culpa, de desespero, as confusões em que me encontrava. Quando sou ouvido e entendido, torno-me capaz de ir em frente. É espantoso constatar que sentimentos que eram totalmente assustadores tornam-se suportáveis assim que alguém escuta você. É incrível ver que problemas que parecem impossíveis de resolver tornam-se de solução possível quando alguém nos ouve e que situações que parecem irremediavelmente confusas, de súbito se esclarecem quando alguém nos compreende.

Os gregos já apontavam a relação corpo e mente, que não se separam. Mens sana in corpore sano. Cuidando da sua mente, sua saúde física será beneficiada.

A terapia é, pois, uma necessidade e não um luxo. Deveria ser considerada um autocuidado básico – tanto quanto atividades físicas, dieta adequada e sono. Neste momento de pandemia, ainda mais.
Atendimento online

A flexibilidade – psicológica e cognitiva – é uma das condições de saúde mental. Graças à internet, podemos continuar (ou iniciar) a terapia . No auge da crise do Covid-19, a tecnologia é um recurso importante para cuidarmos dos nossos vínculos afetivos. Continuamos conectados com as pessoas importantes de nossas vidas, mantemos nosso trabalho – e até exercitamos – por que não nos tratamos?

Caso você queira marcar uma consulta online, mande uma mensagem para o meu e-mail. Você pode saber mais sobre meu trabalho nas seguintes redes: InstagramYouTube, Facebook, Twitter e no LinkedIn.

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Thays Babo (CRP 05/23827) – sou  Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, com formação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pelo CPAF-RIO e extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) pelo IPq (USP). Atualmente curso a formação em Terapia do Esquema na Wainer Psicologia..

Atendo a jovens e adultos em terapia individual, de casal e pré-matrimonial . Durante a pandemia, os atendimento são prioritariamente on-line

03/06/2020

Terapia de casal e Terapia Pré-Matrimonial – para que cuidar e como?

Muitos casais só buscam terapia após longo tempo de desentendimento e sofrimento. Segundo o Dr. John Gottman, psicólogo estudioso dos relacionamentos amorosos, o tempo médio para um casal buscar terapia é de 6 anos. Por acreditarem que todo e qualquer problema na relação será resolvido, magicamente, por amor, sem precisar de ajuda especializada, talvez.

Então, ao começarem as desavenças, muitas delas “normais”, os casais acreditam que aquele relacionamento, em si, não é o “certo”.Consequências da cultura do amor romântico.

O relacionamento amoroso “perfeito”, onde não há problemas sem solução, só existe nos filmes. As comédias românticas americanas (romcom, como são conhecidas) criaram altas expectativas, muito difíceis de serem atendidas.

E é importante o casal saber que alguns problemas são insolúveis – mas não costumam ser maioria. E aprenderem a negociar e flexibilizar.

Obviamente, quanto mais tempo o casal em crise demorar a iniciar o tratamento, mais mágoas terão se acumulado. Certamente, a demora tende a dificultar o processo da terapia de casal.

Vivendo a pandemia nos relacionamentos amorosos

Assim como formou casais – que foram morar juntos para poderem se encontrar – a pandemia também separou vários outros. Casais que estavam em harmonia, antes da pandemia, puderam aproveitar melhor o tempo ampliado. Recorreram à criatividade e ao bom humor. Tiveram de ser flexíveis. Casais com uma boa comunicação e flexibilidade conseguiram passar este momento tão difícil da nossa história. Alguns saíram mais fortalecidos.

Porém, casais que estavam em crise antes do isolamento social tiveram mais problemas. O convívio em tempo integral intensificou a crise. Aos problemas já existentes, somaram-se aqueles relativos à pandemia em si: medo, angústia, luto. E também tédio.

Transtornos como ansiedade e depressão se agravaram durante a pandemia. O sono de muitas pessoas foi afetado. O trabalho invadiu a casa, juntamente com a escola. Casais com crianças tiveram de ser bem mais flexíveis e redistribuir tarefas.

Terapia de Casal Online

A pandemia derrubou algumas barreiras em relação à terapia. Muita gente, que nunca sequer cogitou em fazer terapia ou buscar ajuda psiquiátrica, começou tratamento. Quem estava parando a medicação, reconsiderou para atravessar este período.

Por conta da quarentena e do risco real de infeccção, e a angústia generalizada, as pessoas passaram a aceitar mais a possibilidade de fazer terapia online. O próprio Conselho Federal de Psicologia facilitou a legalização. Assim, a terapia de casal e a terapia pré-matrimonial passaram a ser feitas também usando as plataformas digitais, online.

O que é preciso saber sobre relacionamentos amorosos?

  • Para começar, relacionamentos amorosos demandam trabalho. Atenção. Consideração.
  • Não existem relacionamentos perfeitos. Se as pessoas não são perfeitas – como um relacionamento humano poderia ser?!?
  • A comunicação amorosa não violenta, com uma escuta empática aproxima o casal.
  • O par deve desenvolver abertura e flexibilidade para entenderem as necessidades emocionais um do outro. Devem se empenhar em desenvolver inteligência emocional.

Problemas no relacionamento

É só uma mera questão de tempo para que o casal descubra divergências. Afinal, o relacionamento amoroso é o encontro de duas pessoas com históricos diferentes, vindas de famílias que, muitas vezes, têm origens bem diferentes. Trazem hábitos e valores diversos.

Além disto, cada pessoa traz sua experiência amorosa. Se existirem traumas – vindos da infância, da adolescência ou até do último relacionamento – a pessoa pode ter esquemas de desconfiança e abuso. Assim, vai usar estratégias de defesa, mesmo quando o par não apresenta nenhum risco. Ou mesmo atacar. Não ter nenhum histórico amoroso também pode causar insegurança no próprio valor.

Alguns dos nossos esquemas são complementares ao da pessoa que nos atrai – e não nos damos conta disto, a princípio. É o que chamamos de “química esquemática”. Sem nos darmos conta, somos atraídas por pessoas que vão ativar nossos esquemas iniciais desadaptativos.

Assim, o convívio íntimo traz à tona muitas das nossas dores emocionais do início da nossa vida. E precisamos ser compassivos com nosso par, mas também autocompassivos.

Ciúme

Um ponto importante na terapia de casal é o o ciúme do passado amoroso – também conhecido como ciúme retrospectivo. Este tipo de ciúme tem sido muito estudado com o surgimento das redes sociais. Afinal, as redes possibilitam acesso a informações sobre o passado amoroso do cônjuge e pode incitar a conflitos – muitos desnecessários.

Certamente, “amar dá trabalho“. O amor é uma habilidade, a ser desenvolvida, como afirma o filósofo Allain de Botton. Cabe a você fazer a sua parte para que dê certo. E muito da sua parte demanda flexibilidade psicológica e cognitiva, bem como aceitação da pessoa que você escolheu.

Terapia de casal ou pré-matrimonial:para quê?

Em terapia de casal ou pré-matrimonial, cada pessoa precisa assumir sua responsabilidade e o compromisso com o processo e com seu par. A clareza sobre o que esperam da terapia também é importante. A intenção é ficar juntos ou separar, de forma amigável?

O compromisso mútuo e com o processo terapêutico determina o sucesso da terapia.

Mas, muitas vezes apenas uma pessoa do casal sabe o que quer da relação.

O espaço e tempo aberto para a terapia ajudam a clarificar o que se quer. Não é raro que quem queira manter a relação recorra à terapia como tentativa de convencer a outra pessoa a continuar. Mas o(a) psicólogo(a) estabelece – com ambas – o objetivo daquele processo terapêutico.

Importante: se uma das pessoas já faz terapia, a Terapia de Casal ou Terapia Pré-Matrimonial deve ser feita com outro(a) psi, para que não haja problemas no vínculo, para que não haja desconfiança.

E que tipos de problemas seriam? Nenhuma das pessoas atendidas pode pensar ou sentir que o(a) psi está privilegiando a pessoa que atendia antes. Ou que ele/ela tem informações privilegiadas.

Treinando as habilidades de comunicação na terapia de casal ou pré-matrimonial

A comunicação do casal deve ser empática, compassiva, com foco nas emoções. Deve-se evitar a crítica – quem não se fecha ou se defende diante dos ataques críticos? Porém, aprendemos o estilo de comunicação com nossos cuidadores iniciais. Assim, faz parte do processo terapêutico identificar os padrões aprendidos na infância. A partir há o “treino” da comunicação.

Em suma: é preciso aprender e adotar como padrão para o casal a comunicação mais empática e compassiva, não violenta.

Os pesquisadores do The Gottman Institute desenvolveram uma metodologia que permite afirmar com precisão se um casal vai ou não se separar, observando a forma com que o par amoroso se comunica.

Assim, uma das primeiras coisas que terapeutas de casal devem fazer é observar a comunicação do casal e ensinar como melhorá-la.

Terapia de casal – online ou presencial

Como mencionado anteriormente, o tempo é fundamental para que as divergências não se aprofundem. e não se avancem limites das quais ficaria impossível recuar, sem muito sofrimento.

Se você acha que o seu relacionamento está em crise, busque a terapia adequada pra você o quanto antes. Presencialmente ou online, não deixe que as diferenças se aprofundem.

Referências

Beck, A. T (1988). Love is never enough. New York: Harper & Row

Harris, R. (2009) ACT with Love: Stop Struggling, Reconcile Differences, and Strengthen Your Relationship with Acceptance and Commitment Therapy. Oakland: New Harbinger Publication.

Walser, R. D; Westrup, D (2009) – The mindful couple – how acceptance and mindfulness can lead you to the love you want. Oakland: New Harbinger Publications.

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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica (Puc-Rio), possui Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental e em Terapia do Esquema, bem como extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso.

Atende a jovens e adultos, em terapia individual, de casal ou pré-matrimonial, em Copacabana e online.

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