Espaço Psi-Saúde Site & blog da psicóloga Thays Babo

10/06/2019

Dia dos Namorados – e você, como está? Está namorando?

Estamos a poucos dias dos Dia dos Namorados. Muita gente fica triste por não ter um relacionamento amoroso (ou por estar em um que não seja realizador, pleno e satisfatório). Em reuniões de família sempre aparece uma tia que pergunta “você está namorando?”. E se não está, por que não? Como se isto indicasse um defeito seu.

Qual destas situações é a sua?

  • você está em um relacionamento satisfatório e vai comemorar;
  • você está em um relacionamento satisfatório mas acha bobagem comemorar – prefere as datas pessoais do namoro/casamento;
  • você está em um relacionamento mas seu par acha total bobagem valorizar a data;
  • você está só e fica mal, achando que todo mundo está se divertindo e só você que não;
  • você está só, mas super bem, achando que existem coisas mais valiosas na vida, que Dia dos Namorados é só mais uma data comercial e que a qualquer momento pode surgir alguém interessante (ou não, também)

Photo by Scott Webb on Unsplash

Há vários posts neste blog sobre relacionamentos amorosos, praticamente um para cada uma das opções acima. Alguns tratam das crenças românticas e sobre como elas atrapalham.

A comunicação do casal também recebeu bastante atenção, pois pode ser a causa do fim de um relacionamento, apesar de ainda haver amor.

Alguns filmes românticos   contribuem para algumas destas crenças irreais sobre os relacionamentos –  como, por exemplo, que não é preciso fazer nada ou falar nada para que o romance dê certo. A pessoa “certa” adivinhará todos os pensamentos e fará todas as vontades.

Infelizmente algumas pessoas acreditam nisto e emendam relacionamentos por acharem que não encontraram a relação ‘ideal’.

O link acima indica filmes mais antigos mas, se você lembrar de algum filme mais recente, mande a dica para que possamos atualizar.

Namoros na época dos aplicativos

A era digital revolucionou a forma de conhecer possíveis parceiros.  Cada vez mais, os aplicativos  – como Tinder e Hppn – são usados para evitar a ansiedade da abordagem em uma balada.   Apesar destes apps aumentarem a possibilidade de conhecer gente, por si só eles  não garantem  satisfação amorosa.

Os vínculos não parecem  mais fortes – por N razões que são debatidas em outros posts aqui.  Mesmo namorando, as pessoas têm se mostrado cada vez mais inseguras nesta era de aplicativos. E também muito curiosas quanto às outras possibilidades que teriam se terminassem o relacionamento. 

Expectativas e frustrações amorosas

Após o primeiro ‘date’, se a pessoa desaparece ou não se mostra interessada em marcar o segundo encontro, a outra pode ficar bastante frustrada. E até desistir do aplicativo. 

Se este for seu caso, confira o que  psicólogo Guy Winch aponta como  razões para não haver o segundo encontro.

E, se for o caso, repense suas expectativas, seja flexível e pense nos seus valores e em como você age. Você age de forma compromissada, aproximando-se dos seus valores? Ou acaba se afastando deles?

Seus comentários são bem vindos. Conte o  o que você pensa sobre a data e se planeja algo para esta quarta-feira. E se você quer saber como ser uma pessoa mais realizada, com a sua vida, como um todo, considere começar um processo de psicoterapia, expandindo a sua visão de mundo. 

Thays Babo é Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, com formação em TCC pelo CPAF-RIO e extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso pelo IPq (USP). Atende a jovens e adultos em terapia individual, pré-matrimonial ou de casal, em Copacabana.

Durante a pandemia de covid-19, todos os atendimentos são online. 

03/06/2019

Saúde física vs saúde mental – qual a sua prioridade?

Desde a Antiguidade já se conhece a estreita relação entre mente e corpo. Portanto, você deveria dedicar igual atenção à saúde física e à saúde mental. 

O que você faz para cuidar da sua saúde mental?

Mens sana in corpore sano

O poeta romano Juvenal disse: “Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são“.  Orações, apenas, não bastam.  É preciso compromisso com o autocuidado. 

Nos cursos de graduação,  corpo e mente são tratados separadamente, não havendo  um olhar filosófico. Muitos profissionais da Medicina ainda desprezam a importância das questões emocionais. Em parte porque não são preparados, durante a graduação, para lidar com elas.

A bem da verdade, a maioria mal lida com suas próprias questões.  Aqueles que conseguem perceber  que as emoções afetam seus pacientes, eventualmente, indicam  para psicoterapia.

Muitos não insistem ou mesmo  não sugerem, por preconceito ou temer rejeição da clientela. Tratam por longo tempo, muitas vezes apenas medicamentosamente. Com isto, não vão muito além do sintoma. 

Infelizmente,  o quadro pode se manter, em muitos casos, já que a causa inicial não foi tratada.

Psicofobia – o preconceito contra os problemas de ordem mental

Mesmo entre pessoas de boa escolaridade,  há quem ainda acredite que psicoterapia seja para gente ‘maluca’, ‘sem amigos’, ‘que não tem mais o que fazer’.  Portanto, é ótimo quando pessoas bem sucedidas vêm a público dar testemunho de suas histórias pessoais. 

Os príncipes britânicos se engajam em campanhas de conscientização sobre a necessidade de cuidar da saúde mental. Michel Phelps, campeão olímpico também. E várias outras personalidades também têm revelado seus problemas.

No Brasil, em 2019, chamou atenção o depoimento do youtuber Whindersonn Nunes, que falou da sua depressão. 

É importante combater a psicofobia, pois muitas vezes a doença se agrava e pode inclusive levar ao suicídio.

Guy Winch, doutor em Psicologia, aponta a necessidade de termos mais cuidados com nossa saúde mental. 

Winch fala da importância de uma higiene emocional, ou seja, uma especial atenção ao tipo de pensamentos que se têm.  A pessoa precisa :

  • parar de  alimentar pensamentos auto depreciativos e derrotistas que aumentam  o risco de transtornos como a depressão. Muitos destes pensamentos  nem são verdadeiros. 
  • parar de repassar cenas ou falas (comportamento conhecido como   ruminação).

Higiene emocional e a saúde mental

Reconhecer este tipo de pensamentos e o quanto eles são inadequados é difícil para quem já os mantêm há muito tempo. A falta do distanciamento para observar este padrão disfuncional também dificulta a identificação dos pensamentos negativos e falsos. 

Por isto é importante buscar ajuda psicológica. Abordagens psicoterápicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)  e a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) facilitam bastante  a conscientização sobre o que se pensa e também sobre a utilidade do que se pensa. E sempre é bom lembrar que a meditação é um fator importante no cuidado com a saúde. 

Autocuidado o ano inteiro

O final do ano aumenta a melancolia que muitas pessoas sentem, mas podem-se aproveitar as dicas dos  especialistas  para autocuidado  = o ano inteiro. Algumas delas são:

  • Ter gratidão – pelo trabalho (ainda que estressante), pelas relações (ainda que tensas, mas que são importantes no resto do ano) 
  • Dizer ‘não’, quando realmente achar que não vai ser uma boa companhia em um evento. Respeitar-se e estar consciente das suas necessidades é importante. 
  • Exercitar-se – caminhadas no shopping não contam como atividade física que, comprovadamente, ajuda a melhorar o humor. Médicos têm indicado 150 minutos de atividade física por semana – no mínimo
  • Detox digital –  reduzir o consumo de mídias sociais (especialmente o Instagram) pode aumentar o bem estar. 
  • Ter abertura para novas tradições – e tire o foco de você,  ajude outras pessoas. 
  • Cuidar da   alimentação – observe as desculpas que você se dá para exagerar. E, se antes de eventos,  você comer algo  chance de comer compulsivamente diminuirá  

Fica a dica. Como nem sempre é fácil mudar um hábito, que tem a ver com o seu padrão mental,  considere experimentar a psicoterapia. Ela ajudará você  a se conscientizar de seus padrões mentais. Reconhecendo-os, você lidará melhor consigo mesmo. Aprenderá a desenvolver  autoaceitação e autocompaixão. Desta forma, você poderá se comprometer com seus valores e agir de forma a ter maior realização pessoal. 

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Thays Babo é Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, com formação em TCC pelo CPAF-RIO e extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso pelo IPq (USP). Atende a jovens e adultos em terapia individual, pré-matrimonial ou de casal, em Copacabana.

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