Espaço Psi-Saúde Site & blog da psicóloga Thays Babo

31/12/2013

Mulheres francesas

Encerrei meu ano ‘cinematográfico’ com Ela vai, estrelado pela diva Catherine Deneuve. Assim como Belos Dias, com Fanny Ardant, que comentei há alguns meses, fiquei pensando que as mulheres francesas se dão muito mais ao direito de serem felizes, ainda que envelhecendo. Se o cinema for mesmo um espelho da sociedade, as mulheres francesas lidam com culpa de forma totalmente diferente – sem culpas? Sofrem, claro, como todo mundo, mas dão a volta por cima – aparentemente mais rápido do que as brasileiras.

O filme é um ode às mulheres maduras, que se arriscam. Não são as mesmas mulheres amalucadas que vemos no cinema brasileiro, mal resolvidas demais. Decididamente, este não é um filme “mulherzinha”, é um filme “mulheraço”.

Faltam personagens como ela por aqui. Será culpa dos roteiristas, dos diretores ou do público daqui, que adora o besteirol nacional? Talvez faltem mais diretoras para serem fiéis ao que vai na alma feminina… Enfim, fica o convite para debater este e os filmes anteriores – mas, como hoje é dia 31 de dezembro, por motivos óbvios, não me estenderei…

Ah, e uma dica para as mulheres em vias de se aposentar: comprem uma passagem para o interior da França. 🙂







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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica e associada a ATC-Rio

26/12/2013

No controle

Do mesmo diretor de Quatro Casamentos e um Funeral e Notting Hill, estreou em dezembro aqui no Brasil o filme Questão de Tempo. Nele podemos exercitar a ideia fantástica de viajar no tempo. Algo que não deveria ser tão difícil assim para nós, visto que o tempo é uma convenção…





Questão de tempo é um destes filmes ‘gracinha’, com jeito de comédia romântica, mas que nos faz refletir sobre o que faríamos se pudéssemos voltar e mudar trechos da nossa história. Quais momentos mudaríamos, e o que isto desencadearia? Tendo a noção do que acontece no futuro, teríamos maturidade para enfrentar o que tem de ser feito e abrir mão de coisas – ou pessoas – que amamos? Ou seríamos meros controladores, evitando ao máximo tudo o que traz dor (mas também crescimento?)

De certa forma, Questão me remeteu a Brilho eterno de uma mente sem lembranças, justamente pela possibilidade de evitar a dor. É bem verdade que Tim, protagonista de Questão, apesar da idade, é muito mais bem resolvido do que Joel, personagem vivido por Jim Carrey em Brilho. Talvez por ter tido um pai muito equilibrado – o ótimo Bill Nighy – Mas, ‘e se’ você pudesse controlar e alterar?

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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, associada a ATC-Rio e atende no Centro.

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