Espaço Psi-Saúde Site & blog da psicóloga Thays Babo

25/09/2013

Ser mulher

Em 2009, foi lançado o filme Flor do Deserto, baseado no bestseller sobre a vida da modelo somaliana, Waris Darie, mostrando o drama enfrentado por muitas mulheres africanas. Não era um filme ‘mulherzinha’: é para quem quer saber do que acontece além da nossa pele, de nossos umbigos e das fronteiras nacionais. Abordou temas tabus – sexualidade e identidade femininas – ao retratar esta terrível prática, que ainda persiste em muitos países. (Em maio de 2015, a Nigéria proibiu a mutilação genital feminina ). 

Diariamente, 6 mil meninas são submetidas a esta prática. Muitas morrem sangrando, em condições subumanas. As que sobrevivem podem sentir dores insuportáveis, por muitos anos.

flor do deserto

Um pequeno parêntese: não defendo que todas as tradições devam ser abolidas, e que tudo deva ser ‘globalizado’ ou padronizado como ‘politicamente correto’. Mas as que humilham, matam, torturam, causam sofrimento físico e/ou psicológico, estas, sim, devem sofrer repúdio internacional. E punição do governo, para quem insistir em perpetuá-las. O difícil de combater a mutilação genital feminina é que, no fundo, ela se presta ao controle e domínio – no caso, dos homens sobre as mulheres. E muitos não querem abrir mão deste poder.

Em termos cinematográficos, Flor do Deserto poderia ter virado um drama lacrimogêneo, do início ao fim, se caísse na mãos de um diretor errado. Mas, dirigido por uma mulher (Sherry Horrmann), o filme reúne momentos de humor, romance e cenas belíssimas no deserto. É mais um daqueles filmes que ‘pedem’ telona. Outro detalhe importante: a música é poderosa, como a  menina que aos 13 anos resolveu tentar se reinventar.

Não quer saber muito sobre o filme, antes de assistir ? Pare a leitura aqui…



Resumindo muitíssimo: Waris é uma jovem da Somália que foge da família. É uma sobrevivente a várias violências – a primeira perpetrada contra sua feminilidade, aos 3 anos de idade. Tinha tudo para ser mais uma dos milhões de mulheres que, ao sobreviverem, vão mantendo a tradição, passando adiante, submetendo suas filhas e netas, sem questionar. Mas, por mistérios que a Psicologia ainda não explicou, Waris tinha uma imensa força interior – era mesmo uma flor no deserto – e recusou-se a seguir o destino que lhe haviam traçado e foge de um casamento arranjado. A duras penas, vai parar em Londres e, apesar de todos os preconceitos que enfrentou inicialmente, consegue (re)construir sua identidade.

Ao compreender o que haviam lhe feito, a diferença entre ela e as outras mulheres, sofreu intensamente. Numa das primeiras tentativas de ajuda, deu de cara com a tradição da qual fugira, na voz de um homem do mesmo país, que a questionou sobre o que iria fazer, em como iria contra os valores da família. E em flashback sabemos um pouco mais de sua história familiar.

Quando conseguiu, com ajuda de bons amigos, se lançar na profissão de modelo, esbarrando na ausência de visto, o glamour das passarelas não lhe bastou. Waris conscientizou-se do grande trabalho que tinha pela frente. E falando de sua vida, contando sua história , despertou a consciência de muitas outras pessoas que não sabiam da prática a qual milhares de meninas ainda hoje são submetidas. Ou, se sabiam, não tinham realmente pensado a respeito. O resultado disto é que, com seu trabalho – não só nas passarelas – vem mudando a vida de muitas mulheres submetidas à mesma ‘lei’.

Flor do Deserto é um filme para homens e mulheres. Que sejam corajosos. Que fiquem incomodados na sua cadeira e sejam tocados. Que envolvam seus filhos e filhas no debate sobre o que é o poder, a dominação, o que é ser homem, o que é ser mulher. Sobre como é gostar de ser o que se é.

No Brasil, apesar de não termos esta prática específica, mulheres jovens e ainda crianças enfrentam condições muito graves de violência , precisando de ajuda e assistência. Infelizmente, muitas vezes ao procurarem auxílio são ainda mais discriminadas e agredidas. Muitas vezes, nós profissionais da clínica psi iremos ouvir histórias pessoais bastante assustadoras, caladas por anos, muitas vezes por vergonha. Se você conhece alguém que passou por uma situação de agressão e sobreviveu, sugira psicoterapia. 

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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, com formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e extensão em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) Atende em Copacabana e no Centro, a jovens e adultos, em psicoterapia individual, terapia de casal e pré-matrimonial.

O tempo em Benjamin Button

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Não li o romance de Scott Fitzgerald. Confesso até que nem sabia da existência do romance – na verdade, um drama.  Faço o alerta  e a confissão de ignorância pois minhas reflexões são baseadas exclusivamente no longa metragem. Com ótimo elenco, conta a história de Benjamin Button ( Brad Pitt ) e seu amor por Daisy (Cate Blanchet, com quem também contracenou no premiadíssimo Babel ).

Para quem também não leu o conto, resumirei bem sucintamente. Adianto que o filme é ‘todo bom’: elenco impecável, bela fotografia, maquilagem primorosa, direção de arte… Com isto, concorreu a 13 estatuetas no Oscar de 2009, além de várias indicações ao Globo de Ouro.

Benjamin Button nasce com aparência e saúde de velho. Não vou adiantar aqui quem é o ‘culpado’ mas dizer que, rejeitado por seu pai, não só por sua aparência, é abandonado e criado por uma mulher estéril, que o adota, apesar dos péssimos prognósticos e das dificuldades financeiras. E assim vai acontecendo um milagre: o bebê velho vai resistindo, sobrevivendo e… bem, vale a pena assistir, mesmo que, como já disseram por aí, tenham sido feitas muitas alterações no texto original.



Já recebi dezenas de vezes um e-mail – atribuído ora a Charles Chaplin, ora a Woody Allen- que diz que a vida é injusta: deveríamos nascer velhos e ir rejuvenescendo, até voltarmos ao ponto do orgasmo em que fomos gerados (ok, nem todos, nem todos 😉 ). Nunca concordei muito com a frase mas, pesquisando mais sobre o filme, descobri que Fitzgerald se inspirou na seguinte frase de Mark Twain : “A  vida  seria  infinitamente mais  feliz  se  pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18” (ver em http://cultura.updateordie.com/cinema/2009/01/06/o-curioso-caso-de-benjamin-button , blog que me fez querer ler o livro).

Para quem acha mesmo que a alteração na linearidade da vida seria a melhor forma de viver, o filme mostra que não é bem assim. Não importa em que direção o ponteiro do relógio gire, a passagem do tempo sempre angustia a maioria de nós, mortais. Indica nossa finitude. Indica que enfrentaremos perdas. Benjamin se prepara para suas perdas, vive intensamente, sem grandes questionamentos. Mas a angústia aparece, talvez de forma pior do que para nós, que temos um destino em comum, na vida real.

Quem for ao cinema sem  interesse no talento do ator ou na história pode achar o filme muito lento. Lento e longo – são 166 minutos de filme. Brad Pitt custa a surgir com o visual que conhecemos desde Thelma e Louise e que conquistou milhares de fãs. 



A partir daí, tem-se a impressão de que o tempo do filme acelera. Teria ele já tinha aprendido o de melhor da vida. Ou não? E aí surge o visual que conhecemos, até quase o final do filme.

Quando crianças, sonha-se que o tempo dispare para obter a liberdade e independência que supostamente os adultos têm. Mais uma ilusão. Tempo e liberdade – já seria outro tema ou é o mesmo?



Duas frases se destacam no trailer: “A vida só pode ser entendida em retrospectiva. E só pode ser vivida olhando-se pra frente“. A essência deste pensamento, de Kierkegaard, me remeteu ao desabafo de uma das pacientes terminais do psiquiatra americano Irvin Yalom, que disse “a existência não pode ser adiada“. Já que este é o tópico das ‘confissões’, confesso que esta frase me orientou desde que a li, há anos. Ela une o foco no ‘aqui e agora’ dos existencialistas com o pensamento oriental que, por razões bem diversas, recomenda o mesmo.

O filme é docemente triste, uma análise sobre a passagem do tempo e o  fato de que não se pode pará-lo ou antecipá-lo, em momento nenhum de nossas vidas, por mais que o queiramos. Pode ser visto como um ode ao amor incondicional, ao amor com desapego.

A trajetória deste herói, sabe-se desde o início, é fadada ao fracasso. Se Benjamin  é impotente, como todos nós, frente à morte, desde o início sabe que não receberá um dos ‘presentes’ que temos da existência: dar um sentido à vida, ainda que no leito de morte. Benjamin sabia desde  sempre que seu  fim levaria  ao esquecimento, à inconsciência. Sairia da condição de humano, perderia sua memória.

Enfim, O curioso caso de Benjamin Button é um filme para ser visto não apenas como ‘a melhor diversão’, mas como uma profunda reflexão acerca de como vivemos nossas próprias vidas…



Ps: este post foi publicado originalmente na época do lançamento, mas, devido à invasão do blog por spammers, foi revisto e republicado. Aguardo sua opinião.
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Thays Babo é psicóloga , Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, associada à ATC-Rio e atende no Centro (Rio)

… Se ninguém olha, quando você passa…

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… já diziam Lobão e Bernardo Vilhena, a pessoa se considera carente, achando que ‘não está legal’ se não é notada. Lembrei da música ao ler o artigo de Miriam Goldemberg no Jornal do Brasil , de 2009. Nele, a antropóloga dizia que, para as mulheres brasileiras, não chamar a atenção dos homens na rua – mesmo que por homens que não pertençam a seu ‘público alvo’ – é um termômetro de ‘algo a ser feito’. E a ação, claro, vai para o externo: roupas novas, cirurgias plásticas, maquiagem e cosméticos, bem como malhação pesada são alguns recursos tentados para reverter o quadro.

Miguel Paiva, cartunista que  lançou a Radical Chic  no JB 😀 , criou  uma historinha em que a própria, depois de se sentir arrasada pela falta de cobiça pública, medida provavelmente pela ausência de olhares ‘gulosos’,  troca de roupa para ir à feira. O sorriso dela demonstrava que sua auto-estima foi recuperada, após ouvir aquelas bobagens que alguns feirantes costumam dizer ao ver uma ‘freguesa’ bonita. É dela a pérola: “Adoro quando os feirantes, os porteiros e os pedreiros do meu bairro me chamam de gostosa: é a comunidade solidária!” (Já ouvi de mulheres de carne e osso que  passar por uma obra vitaliza e renova sua autopercepção como fêmea.)

E é nesta necessidade que a antropóloga vai focar, ao comparar a atitude de mulheres adultas brasileiras  e  a das alemãs, as quais entrevistou em viagem entre 2005 e 2007. Provocadora, a autora aponta esta como uma das principais diferenças entre a mentalidade da mulher brasileira e da alemã.  (http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/05/17/sociedadeaberta/o_capital_marital.asp).

Miriam constatou que as alemãs usufruem muito mais do seu poder pessoal, de suas vitórias e conquistas, ao invés de se submeterem (e aprisionarem) ao olhar do outro – no caso, dos homens.

As brasileiras avaliam o seu valor pessoal em função do olhar masculino e, em casos extremos, até o feedback positivo de homens que não são o seu tipo ideal já serve! Estarem ou não casadas ou com um relacionamento estável assegura-lhes maior autoconfiança. Não deve ser por acaso que fez tanto sucesso a peça “Não sou feliz, mas tenho marido“, com Zezé Polessa no papel principal.  Vem daí a obsessão da mulher brasileira em parecer mais jovem, ‘gostosa’. Ser desejada assegura (ou, pelo menos, acreditam assim) que um relacionamento estável surja.  Obviamente a indústria e a mídia apoiam isto, endossando o que, nas palavras de Miriam, é a ‘miséria subjetiva’ .




O desespero das mulheres é ainda maior ao constatar que o homem brasileiro é facilmente seduzível por mulheres mais jovens. O Brasil, por  ter um enorme litoral, em que as mulheres expõem o corpo ainda mais,fica ainda mais acirrada a disputa pelos poucos homens – e aí já estão incluídos até os não disponíveis, para algumas mulheres, basta respirar!  Com isto, o envelhecimento, que vem para todos – homens e mulheres – parece ainda mais apavorante para a maioria das mulheres já que as estatísticas apontam que, quanto mais velhas, maiores as dificuldades de manterem um relacionamento. Ou recomeçar uma vida nova, caso rompam o seu.

E o que cada uma pode fazer para combater esta ansiedade e ‘miséria subjetiva’?

Sugestões?

Ps: este post foi publicado inicialmente em 2009, porém, devido à invasão no blog, tive de deletar o anterior.

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Thays Babo é Mestre em Psicologia Clínica pela Puc-Rio, associada da ATC-Rio e atende no Centro.

08/09/2013

Mundo novo de trabalho

No post anterior, sobre os millenials, falou-se um pouco da forma com que se relacionam com o mundo. Por terem nascido já na era digital, estes jovens são ‘antenados’ o tempo todo, interconectados, interagindo por vezes mais intimamente (no sentido de compartilhar sentimentos) com quem está longe do que com quem está no quarto ao lado. Ou mesmo no computador (ou celular) ao lado, no mesmo ambiente. Em suma, a mesma tecnologia que atrai o que está longe pode afastar o que está perto.

Mas, além dos relacionamentos amorosos e familiares, o excesso de tecnologia impacta também na escolha profissional. Além de ter extinto profissões e criado outras, a tecnologia em mutação requer a adaptação a novas realidades. Um jornal carioca dedicou uma matéria ao mercado de trabalho , também mutante.


http://oglobo.globo.com/emprego/mais-cocriacao-menos-hierarquia-trabalho-no-futuro-sera-redefinido-9865665


Novas habilidades e competências tornam-se necessárias para conseguir se destacar no mercado, cada vez mais competitivo. Por conta disto, deveria haver um maior investimento no treinamento por parte das empresas mas, como isto muitas vezes impacta em custos, pequenas e médias empresas abrem mão disto. Querem , cada vez mais, contratar quem já está pronto , gerando grande ansiedade em quem busca o primeiro emprego ou estágio. Jovens que não estão ainda no mercado de trabalho precisam, muitas vezes, de assessoria e treinamento em habilidades sociais, além dos seus conhecimentos teóricos e técnicos. Afinal, o seu trato social pode, por vezes, ser o diferencial mais importante para decidir uma vaga. Afinal, frente a currículos semelhantes, a forma com que se lida com o outro e a forma de ver a vida pode ser o que desempata.



Empreendedorismo cada vez mais é um diferencial valorizado pois, devido aos altos custos dos encargos sociais de cada funcionário, muitas empresas têm preferido contratar serviços de pessoas jurídicas para não ter mais ônus com a contratação.

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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica e associada à ATC-Rio. Atende no Centro.

07/09/2013

Bling Ring e os millenials – você conhece esta geração?

Classificado como ‘comédia dramática’, Bling Ring – a gang de Hollywood é baseado em fatos reais recentes. Na verdade, traz muito pouco para se divertir e incomoda bastante a pais e mães críticos : é um bom retrato de um segmento da geração millenial. Antes de prosseguir, assista ao vídeo abaixo, que explica como são estes jovens, nascidos a partir dos anos 90, sua forma de pensar (não linear), suas regras e filtros que se fazem necessários.





O vídeo, feito por pesquisadores especializados em tendências de comportamento e consumo, resume bastante e de forma ‘otimista’, para vender o conceito, sem dar margem a aprofundamentos sócio-psicológicos. E, por isto mesmo, não podemos fechar um ‘diagnóstico’ da geração… Mas, a partir desta breve introdução ao retrato de uma geração, fica mais fácil discutir Bling Ring.

Dirigido e roteirizado por Sofia Coppola, a partir de livro homônimo, o filme acompanha o grupo, que agiu de 2008 a 2009, invadindo casas de pessoas famosas, nos Estados Unidos. Estes jovens, fascinados pelo estilo de vida das celebridades, furtavam basicamente seus objetos pessoais. As vítimas eram ícones fashion, basicamente socialites , atores ou atrizes. Algumas delas foram Paris Hilton e Lindsay Lohan. O que buscavam nas invasões? Objetos como roupas, bolsas, relógios, possuir o que passasse ‘estilo’. Eventualmente dinheiro também (totalizando 3 milhões de dólares, no final do período). Os furtos eram divertidos para eles, como ‘ir ao shopping‘. Não tendo sido pegos no ato, se tornaram constantes. E, por serem jovens e imaturos, começaram a se vangloriar, contando aos quatro ventos dos ‘ganhos’ feitos.





Eles não eram Robyn Hood modernos, roubando de quem tinha muito (e nem notava o sumiço dos objetos) para dar aos que têm pouco. Tampouco podem se equiparar a Bonnie & Clyde, mencionados no filme, que tiveram início de vida difícil. Na verdade, o grupo vinha de famílias de bom poder aquisitivo. O filme não entra em considerações psicológicas mas a sensação é que o grupo tem um enorme vazio emocional que nem percebem, tampouco verbalizam. Nada é suficiente para satisfazer o que o consumismo impõe como necessário. É como se o valor pessoal dependesse da posse de objetos -e não param para questionar, nem um minuto, como fazem para obtê-los. Tudo é ‘must have‘: os sapatos, os óculos, os relógios. São imediatistas, julgam-se onipotentes, furtam sem sentir culpa e custam a se dar conta de que serão pegos. A falta de culpa talvez advenha de saber que os lesados nem percebem que foram assaltados. Não lhes faz falta mesmo. Explica, mas não justifica, claro. Aliás, as justificativas que apresentam ao serem pegos são cínicas e, apenas, para tentar escapar da justiça. Culpa passa longe. Suas consciências foram bastante anestesiadas, nas comemorações, embaladas com drogas.

Várias coisas, portanto, incomodam no filme. Além do consumismo, a falta de privacidade , o excesso de exposição e da vigilância que se tem sobre a vida alheia. Ok, as vítimas são pessoas que precisam desta exposição para se manterem na mídia e requisitadas. Mas, por que fascinam tanto o público? E o quanto este excesso de exposição e consumo midiático é prejudicial também? Uma das figuras – da vida real – que o grupo mais adora é Lindsay Lohan, jovem atriz que, ao longo dos últimos anos esteve à volta com muitos delitos, inclusive uso de drogas.

A impressão que Bling Ring deixa sobre os millenials , que já nasceram com o mundo digital revolucionando a comunicação e as relações interpessoais, é que eles têm uma relação distanciada com os pais, mesmo quando moram sob o mesmo teto. As redes sociais trazem pra dentro de casa pessoas totalmente distantes e inacessíveis. Na virtualidade, pode-se exibir a privacidade em tempo real para milhões ao mesmo tempo. Tendo um universo à parte, desconhecido, surpreendem seus pais quando são descobertos. Pais tão alienados quanto os filhos, alguns também desejosos de fama.

E você ? viu o filme? Como se sentiu? Aguardo sua opinião!

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Thays Babo é psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica e associada à ATC-Rio. Atende no Centro.

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