Espaço Psi-Saúde Site & blog da psicóloga Thays Babo

08/08/2010

Duas preciosidades

Filed under: Espaço Psi-Saúde — Thays @ 16:24


Vim compartilhar de passagem, rapidíssima, duas dicas de filmes que vão ficar para sempre na minha lembrança. Perdoem a formatação, está meio confusa, mas eu tinha de registrar estes dois filmes que, embora de estilos e nacionalidades diferentes, remetem a um passado bem recente: o século 20.


Um deles é O Pequeno Nicolau , filme francês que agrada pessoas de todas as idades.
Se você gostou de A Culpa é do Fidel, deve gostar deste, que também mostra uma encantadora ingenuidade infantil. A possível chegada de um irmãozinho dispara a imaginação de Nicolau, que se mete em muitas trapalhadas com seus amigos. Nada que uma boa conversa com os pais não teria esclarecido. Mas que não nos daria este filme tão delicioso.

Qual a receita de sucesso de O pequeno Nicolau? Levar os adultos em uma viagem no tempo, gerando um saudosismo gostoso. Bate uma saudade de quando a infância era uma fase de ingenuidade – que não mais existirá assim – pelo menos nos grandes centros urbanos.As crianças se identificam ainda com o que vivem na escola. Apesar das diferenças no sistema de ensino (temporal e geográfica), alguns tipos são eternos. São hilariantes os ‘tipos’ dos amigos de escola (o ‘CDF’, o comilão, o ‘burro’ como uma porta, o riquinho), a relação com os professores, inspetores etc. Com isto, a plateia volta em sua própria infância, em uma época em que não havia a vigilância anti-bullying.

Quem não teve fantasias apavorantes, quando pequeno? Quem não tremia ao ouvir fábulas como as de João e Maria, abandonados pelo pais? Ou O Pequeno Polegar… Mesmo quem, como eu, não conhecia e nem leu nenhuma historinha de Nicolau ( criação de René Goscinny – um dos autores de Astérix, bem famosa na França), deverá sentir carinho por todos os personagens desta história, que se passa no final dos anos 50.


A relação de seus pais – entre eles e com o filho – são marcantes. Mulheres que tentaram (ou ainda hoje tentam) aprender a dirigir com o marido ensinando, vão se identificar muito com a mãe de Nicolau. E os homens, pressionados pela rotina de trabalho, a vontade de ascender profissionalmente, o convívio com o vizinho, também. Enfim, tudo toca a gente. Só vendo! Falar mais estraga. O trailer dá uma provinha da delícia que é.






O outro é o documentário brasileiro Uma noite em 1967, sobre a final do terceiro Festival da Música Brasileira, realizado pela Record, em outubro daquele ano.




Quem já era grandinho, na época, vai reviver o clima da época. As músicas premiadas fazem parte da memória de qualquer bom conhecedor de MPB. É muito interessante que alguns detalhes dos bastidores foram revelados aos músicos apenas na época da filmagem. É ótimo ver suas reações às informações …


Para quem era criança ou ainda nem tinha nascido, o filme serve como uma boa aula de História da Música. Dá pra imaginar que, em algum momento do passado, Gilberto Gil foi um dos que entrou em uma passeata de protesto contra a guitarra eletrônica? Ou, hoje em dia, um repórter entrevistando alguém fumando? Enfim, o documentário não é só uma ‘aula’ sobre a MPB. Também é uma aula de História da Comunicação, de se fazia televisão, ao vivo, no Brasil dos anos 60, controlado pela ditadura militar.


Ah, não podia ficar de fora a reação explosiva de Sergio Ricardo às vaias. A cena marcou e é constantemente exibida em programas sobre Festivais. E depois de vê-lo explicando o que se passou, surge um entrevistado (esqueci o nome) apontando para uma possível coincidência ‘junguiana’ o fato dele quebrar a viola e existir, na música vencedora (Ponteio), o verso “Quem me dera agora, eu tivesse a viola pra cantar”). 🙂




Enfim, imperdível! Se não pelas músicas (Ponteio, Domingo no Parque, Roda Viva, Alegria, Alegria e um inacreditável samba defendido por Roberto Carlos – desculpem, mas, esqueci o nome desta, que ficou em quinto lugar. Fica registrado o meu conhecimento superficial e a memória fraca… 😉 ), pelo menos para ver Chico, Caetano (sendo ainda chamado de “Veloso”), Edu Lobo, Gil e Roberto Carlos. E mais: Nelson Motta, Sergio Cabral (pai), dentre outros estão lá com seus depoimentos e revelações .


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